terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sempre Bela - Belle Toujours

No primeiro momento que vi o cartaz de Sempre Bela lembrei, imediatamente, de Elza e Fred e isso me gerou interesse uma vez que tenho o mesmo como um dos meus filmes favoritos da atualidade.
Numa tentativa de espairecer dos trabalhos inacabáveis da vida de uma designer autônoma, resolvi me esconder dentro da salinha escura, intimista e aconchegante de poltronas vermelhas e cheiro de pipoca.
Não sabia do que se tratava o filme e confiando na intuição torci para que, de todos os concorrentes, eu tivesse feito a melhor escolha.






















Conforme o tempo foi passando, as cenas, o roteiro e as personagens se revelando pude notar um certo incômodo generalizado pela enxuta platéia.
Uma Paris "pesada", diálogos esparsos e tensos. Uma direção de arte densa e, devidamente, intensa. Marcações lógicas e sincronizadas.
Foi quando dei por mim que pelos nomes e enredo se tratava da continuação (muitos anos depois) do Bela da Tarde. Filme marcante e fantástico de Luis Buñuel com a lindíssima Catherine Deneuve que em meados de 60 veio chocar toda uma burguesia hipócrita com uma expressão do masoquismo através da sexualidade. 






















Fiquei contente por ter seguido a tal intuição e principalmente por ter conhecido o trabalho de Manoel de Oliveira; tendo ultrapassado os 100 anos é o diretor mais longevo em atividade no cinema atual.